O ABC do IDLE

(Portuguese translation by Fernando Manaças Ferreira.

Esta página é destinada a ajudar novos utilizadores do Python que estejam um pouco atrapalhados. Uma questão que se poderá por é: ok, instalei o Python... ummm... e agora?

Seria agradável ter um guia "visual" de modo a reduzir quaisquer ansiedades iniciais. É para isso que esta página serve. O objectivo desta página é assistir a uma pequena sessão com o IDLE: the Integrated Development Environment (Ambiente de Desenvolvimento Integrado). O IDLE foi projectado de modo a providenciar um modo simples de exploração das potencialidades desta linguagem. Durante esta sessão, farei alguns erros crassos, apenas para mostrar o que acontece quando as coisas não correm como seria desejado.

A propósito, este documento está online. Se tiver alguma sugestão a fazer, ou se quiser fazer correcções ou sugerir melhoramentos, por favor envie um email para dyoo@hkn.eecs.berkeley.edu. Um aparte: não se esqueça de que poderá dispor de muita informação adicional se subscrever o Python Tutor mailing list: nós somos um grupo de pessoas que gosta de partilhar novidades interessantes sobre o Python. Estamos todos a aprender juntos, por isso, subscreva e junte-se a nós.


Ok, vamos assumir que já instalamos o Python. (Se não é o caso, visite: http://python.org/ e faça o download da versão mais recente do interpretador Python. (A versão mais recente é, neste momento, a 2.2) A primeira coisa que gostaríamos de fazer é correr o programa! Podemos fazer exactamente isso abrindo o IDLE, que se encontra no menu Iniciar no recentemente criado grupo de programas Python.



Veremos, então, uma a seguinte janela que se abrirá:

Esta é a janela principal do IDLE e o que está à nossa frente é chamada a janela do “Interpretador”. O Interpretador permite-nos introduzir comandos directamente no Python, os quais serão imediatamente executados e os seus resultados mostrados. Iremos usar a janela do Interpretador quando exploramos a linguagem Python: é muito útil pois podemos observar a acção dos comandos imediatamente. Se ajudar, poderemos pensar no interpretador como uma poderosa máquina de calcular.


Façamos algumas experiências! De acordo com a tradição, façamos o Python proferir a frase imortal, "Hello World".

Os sinais '>>>' actuam como uma prompt para nós: O Python está pronto para receber um novo comando quando vemos este sinal. Verificamos que, na sequência dos comandos que introduzimos, o Python dá-nos imediatamente o resultado.


Ok, parece-nos suficientemente simples. Experimentemos mais alguns comandos. Observe mais abaixo:

podemos ver o resultado de mais alguns comandos. Não se preocupe se não compreender as regras exactas de programação: a ideia é poder fazer experiências com o Python digitando os comandos. Se alguma coisa não funcionar poderemos fazer correcções e experimentar de novo.

Se já chegou a este ponto, já sabe o suficiente para poder começar a “brincar” um pouco com o Python! Abra um dos tutoriais da página Python For Beginners, e explore as potencialidades do interpretador. Demore o tempo que quiser. *risos*


Agora que já “remamos” suficientemente longe, surge-nos a questão: ok, isto é muito “maneiro”, mas, se fecharmos o Python e voltarmos a abrir, como é que fazemos para que o computador se lembre do que introduzimos?

A solução é um pouco subtil: não podemos guardar, directamente, o que introduzimos na janela do Interpretador, porque essa informação inclui os nossos comandos e as respostas do computador. O que devemos fazer é preparar um ficheiro que inclua apenas os nossos comandos e salvá-lo no formato de documento. Mais tarde, quando nos apetecer, poderemos abrir esse ficheiro e “correr” o Python sobre ele, evitando termos de rescrever tudo de novo.

Vamos experimentar isto. Em primeiro lugar, abramos uma nova janela (New Window).

E o resultado deste comando é:

Reparamos que esta janela está completamente em branco. Isto significa que esta janela destina-se somente aos nossos comandos: O Python não incluirá quaisquer respostas enquanto introduzimos o programa, isto é, nós não lhe mandarmos executá-lo. Chamaremos a isto a janela do “Programa”, para a distinguir da janela do “Interpretador”.


O que quisemos fazer anteriormente foi salvar alguns comandos que experimentámos no Interpretador. Voltemos a digitar (ou copie e cole) esses comandos na janela do “Programa”.

Ok, fizemos copiando e colando. Note-se que nos livrámos dos sinais ">>>" porque não fazem parte do nosso programa. O Interpretador usa esses sinais para nos dizer que estamos no ambiente do interpretador, mas agora que estamos a editar um ficheiro separado, podemos remover todos os sinais que o interpretador introduz.


Guardemos, agora, o ficheiro. O comando ”Save” encontra-se no menu File:


Agora que guardámos o programa, como é que o executamos? Vejamos nos menus da nossa janela de programa,

Verificamos que existe uma opção "Run script", e é essa que vamos seleccionar. O que queremos ver é o Python correr o programa e mostrar os seus resultados na janela do interpretador.

A propósito, repare o leitor que fiz uma pequena alteração: Não copiei exactamente o que introduzi na janela do Interpretador mais atrás. Será que isso tem alguma consequência?

Ooops. Aqui está um exemplo do que o Python chama um “erro de sintaxe” (syntax error). O Python vê que fizemos um erro e avisa-nos para darmos uma olhadela mais detalhada no que escrevemos. Os projectistas do Python pensaram que, fazer o sistema apontar o erro é melhor do que tentar adivinhar o que o programador deseja fazer. É a ideia do explícito versus o implícito. Existem algumas regras que o Python segue que medem o que “parece bem” e o que “parece suspeito”. Quanto mais falarmos a linguagem, maior será a nossa sensibilidade para essas regras. E se acha isto suspeito, sim, é um pouco como a regras gramaticais. *risos*

O Python é suficiente intuitivo para nos indicar directamente o problema, e, neste caso, diz-nos que nos esquecemos de pôr qualquer coisa no final da linha. Neste caso, precisamos adicionar um sinal de aspas no final da frase. Façamos, então, isso.


Ok, digamos que corrigimos este erro de sintaxe. Vamos executar, de novo, o programa.

Mais uma falha, mas nada complicada, apenas idiota. Uma coisa que poderá nos “assustar” é que o IDLE quer que guardemos qualquer janela de Programa antes de a executar; esta é uma característica do interface do utilizador que assegura que guardamos o nosso trabalho antes de executar o programa.

(Nota: o comentário acima poderá estar ultrapassado; muitas pessoas ficam aborrecidas pelo comportamento lento do IDLE. Esperemos que as próximas versões do IDLE, não incluam mais esta mensagem de erro).

Como costuma-se dizer que à terceira é de vez, vamos experimentar executar de novo o programa. Esperemos que corra conforme o esperado.


Enquanto mais utilizamos o Python, começamos a ver-nos a alternar, intuitivamente, entre a janela do Interpretador e a janela do Programa. A razão deste comportamento é porque podemos usar o Interpretador como se fosse um pequeno laboratório onde experimentamos pequenos programas. Quando estamos satisfeitos com os resultados (ou cansados), podemos guardar o que aprendemos num ficheiro de programa.

Isto, é claro, assumindo que podemos carregar o ficheiro mais tarde; seria inútil guardar um ficheiro e estar impossibilitado de o carregar mais tarde. Vamos exemplificar isso e terminar por hoje. Vamos encerrar o IDLE e começar a partir de um novo ficheiro.

Podemos encontrar o comando “Open” (Abrir) no menu File:

e, se tudo correr bem, uma nova janela de Programa abrir-se-á:

com o nosso antigo programa. Entrámos no Esquema! Podemos guardar o nosso trabalho e abri-lo de novo mais tarde. Isto não é fundamental, mas é crucial para a pessoa que quiser brincar com o Python mais de um dia. *risos*

Isto é o conhecimento suficiente que necessitamos sobre o IDLE para fazer coisas interessantes. Este guia não abordou totalmente todas as características do IDLE: o IDLE é muito mais do que um simples editor, mas como demora-se algum tempo a explorar as suas características, fiquemos por aqui. Existe a página de documentação do IDLE  (IDLE Documentation) que explica uma utilização mais avançada, para os mais curiosos. Se tiver alguma questão a colocar, subscreva a Python Tutor mailing list; Normalmente encontrará lá alguém interessado em conversar sobre o Python consigo. Foi agradável estar consigo e espero que esta introdução ao IDLE do Python lhe tenha sido útil!

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